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O estagio

by Pierre Simoes

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1.
Abá Katu, homem bom Forjado no ventre de Rudá Sua palavra é o seu dom O coração pertence a Judá Suas ações são sempre com maestria A excelência rege o fino labor Celestial é a sua sabedoria E magistral quando se torna doutor Uyba Tatá, homem viril Forjado no fogo de Marte Corajoso, varonil A guerra é seu estandarte Suas ações são como belos tesouros A paz é fruto de sua sabedoria Sua palavra vale mais do que ouro Descomunal é sua força e beleza
2.
Antônio Conselheiro Andarilho da caatinga Da peleja e dos sertões Que vida insana quis levar? Um monarquista tão sonhador O que te fez a perambular Por terras secas desse sertão, Se tu já eras um homem santo? Antônio Conselheiro Andarilho da caatinga Da peleja e dos sertões Que vida insana quis levar? Tanta inveja te sucedeu Tanta maldade tu suportou Deus te receba em esplendor No paraíso com devoção Conselheiro, Antonio Conselheiro. A tua sina é o teu perdão A quem te fere no coração Conselheiro, Antonio Conselheiro. Que Deus te guarde, fica o caminho. Que tu deixaste em oração
3.
Mil defeitos têm o homem O maior é a ingratidão A inveja e a soberba Vêm em segunda estação Quando eu vejo a história De Canudos em ascensão Me deparo com a maldade Sempre perto em comunhão Pra matar e destruir Todo bem em construção Vale tudo, nem direitos Nem pecados, nem perdão Mas que crime vergonhoso Fez a tropa de então Degolaram todo o povo Toda a gente em oração Peço a Deus que não me poupe De ser homem fanfarrão Cujo meio de progresso Seja o de ser ladrão Não me deixe ter inveja Nem amor à ilusão Não me deixe ter maldade Nem ser cabra lá do cão Como pode o nosso mundo Ter sempre revolução Se o que importa é a vida A nobreza e gratidão Que a história de Canudos Viva sempre em citação Pra que a gente não repita A tragédia em prontidão
4.
Ali em Poço Redondo Há um lugar de mistério Um lugar de muita história Um lugar de morte certa Para gente que só fugia Dos descaminhos da vida Desesperança e violência Dor e sacrifício Ali na grota do angico Vai pra sempre ser lembrada O local de sofrimento, De barbárie e de tragédia, De tristeza e muito tormento As almas daquela gente Ficarão eternamente Gravadas naquelas placas Naquelas pedras, Naquelas cruzes Naquele solo
5.
Jaciporã 03:27
Morena linda dos olhos brilhantes Estrela d’Dalva resplandece a pele Tão maviosa e tão deslumbrante Macia e clara que a mim impele Quisera eu poder beijá-la nua Seu cheiro é forte, doce e me embriaga Seu corpo é lindo sob a luz da lua O teu desejo é fogo e não se apaga Nem Deusa Yara e todo seu encanto Se iguala à sua linda belezura Sua voz é como ouvir de perto o canto Do uirapuru em sua formosura Quisera eu poder tocá-la nua Me envolver nos braços perfumados Sentir o gosto de índia charrua E o corpo quente e adocicado
6.
Lampião 03:19
Êeeeehhhhhhh, Laaaaaaaaaapião, Virgulino, Virgulino, Virgulino Lampião Cabra macho do agreste, Capitão do meu sertão Comigo ninguém se mete Meu facão é meu punhal Mato, sangro, pinto o sete Virgulino é o maioral A volante dá trabalho Mas eu não dou mole não Sigo em frente, pego e mato, Não perdôo cabra não Não tolero covardia Nem traíra, nem chorão, A palavra também cria O homem forte do sertão Me tornei homem valente Por causa de traição Não fujo, mas sigo em frente, Haja frio ou calorão Só tenho uma fraqueza Que me corta o coração Digo com toda franqueza É Maria, minha paixão. Mulher doce e formosa Não se acha fácil não Ainda assim bem corajosa Não se doma fácil não Se eu cair frente à sorte Me levanto atirando Minha honra é meu forte, Meu orgulho e o meu mando. Digo a Deus na minha morte Que os pecados eu assumo Quando eu vir de novo o norte Desta vez acerto o rumo
7.
Maria Bonita 02:54
Lá nas bandas de Caiçara Nasceu uma garotinha Olhos como deusa Yara Nome de Mariazinha Tão pequena e tão formosa Cheira a flor de limão Usa saia cor-de-rosa Colar de manjericão Maria Bonita sorri com afeição, Os anjos te saúdam, Te cuidam com atenção Maria Bonita é doce de mamão, Tão frágil e pequetita, Anda de pé no chão Virgulino, nas andanças, Sentiu algo em profusão Era ali que bem estava Uma jóia do sertão Foi logo correspondido Por aquela sedução Partiu logo bem cedinho Levando a sua paixão Moça pura já crescida Mexe com meu coração Mulher feita e destemida Traçou forte o seu torrão Já se nota firma passo Não baixa a cabeça não Bem brejeira, é só no laço, Se conquista com emoção Maria Bonita, como ela só, O agreste te define, Teu corpo é uma canção Maria Bonita, bonita como o sol, Que abrasa a terra seca E junto o meu coração Maria Bonita, bonita como o amor, Cheirosa e macia, toda cheia de cor, Maria Bonita, a rosa é sua flor, Que alegra a sua face, Me traz muito calor
8.
Aqui... No sertão do Cariri Eu vi... Eu vi... Eu vi... Eu vou contar só um pedacinho do que eu vi Peregrinando Vi o Padim aqui e ali O monarquista saudoso de Belo Monte Vi Lampião vindo feroz eu me escondi O vi chegando com o seu bando no horizonte A terra seca de um modo que nunca vi Sob o fogo da caatinga e da maldade Os coroné ditando a lei, nunca segui Não se importando se alguém sente saudade Aqui... No sertão do Cariri Eu vi... Eu vi... Eu vi... Eu vou contar mais um pouquinho do que eu vi Vi Jararaca cair morto em Mossoró Vi o massacre de canudos, tudo vi! Vi muito choro de criança de dar dó Pedindo água, pão e vida, sim, eu vi Eu vi o gado morrer magro no sertão, Vi muita guerra, falsidade e chororô Vi o coiteiro entregando o capitão Bartolomeu se enrolando com dotô Aqui... No sertão do Cariri Eu vi... Eu vi... Eu vi... Eu vou contar mais um restinho do que eu vi Eu também vi anjos de ronda em prontidão Matando sede, fome e curando, eu vi Reconfortando e cuidanw do dos irmãos Foi Deus que fez esse milagre, assim eu vi Por essas e outras que eu mantenho assim o porte Muitas histórias belas se passaram aqui Nem que se acabe o mundo aqui ou lá no norte Eu não arredo o pé daqui do Cariri
9.
A bênção, meu padrinho! A bênção, meu tutor Sigo em vosso bom caminho Mãos em prece e em louvor Vossa palavra é sagrada Peço a vós o seu olhar A vossa crença nos é dada Mais a fé no vosso altar Que Deus em santidade Possa dar conforto e luz Vim buscar em piedade O amor que nos conduz Meu querido padre, atente! Vós nos destes sempre a mão Olhe para essa gente Com ternura e devoção Padre Cícero, Padre Cícero Em memória vou orar Deus vos dê toda a glória Vossa paz em nosso lar Padre Cícero, Padre Cícero, Vossa benção é poder Orações e meus presentes Pra vós vou oferecer
10.
Alma ilustre, santo guerreiro. A sua fé te fez iluminado Um grande homem, um cavaleiro. Em nossa história o índio consagrado A nossa terra é um sagrado templo O seu legado é sempre lembrado Pra sua gente um grande exemplo Da coragem de um homem honrado Em teu espírito benfazejo Fez-se o destino de um povo inteiro No coração forte nasce o desejo A tua lança, um destino certeiro. Teus companheiros te seguem na luz Da eternidade e de sua história Lá no cruzeiro brilha a santa cruz A vos guiar, Sepé, em sua memória. Co yvy oguereco yara! Sepé Tiaraju Ele bradou “Esta terra tem dono” Teu canto forte mostra quem és tu Do alto de seu dourado trono Sepé Tiaraju Um grande homem nunca morre em vão Que Deus te guarde lá no paraíso Fica a saudade e o teu pendão Nos lembraremos do grande sorriso E a certeza que cumpriu missão Sepé! Sepé!

about

Trilha sonora do conto "O estágio", de Pierre Simões -ver link na Amazon

Canções registradas na Fundação Biblioteca Nacional
Sob o número 864287, livro 1683 fls. 419
Protocolo 2022RJ8869

credits

released October 23, 2022

Arranjos, voz, coros, teclados. violões, guitarras, programações, gravação e mixagem de Pierre Simões

license

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about

Pierre Simoes Brasília, Brazil

Robespierre Simões, the stage name Pierre Simões, is a pianist and composer. Born in Divinópolis, MG, he began his musical studies in the Band of the Military College of Belo Horizonte, from 1972 to 1978, playing requinta and tuba. During this period he participated in several high school music festivals, having obtained a third place in 1977. In 1979 he entered the University of Brasilia. ... more

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