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Abá Katu & Uyba Tatá
02:25
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Abá Katu, homem bom
Forjado no ventre de Rudá
Sua palavra é o seu dom
O coração pertence a Judá
Suas ações são sempre com maestria
A excelência rege o fino labor
Celestial é a sua sabedoria
E magistral quando se torna doutor
Uyba Tatá, homem viril
Forjado no fogo de Marte
Corajoso, varonil
A guerra é seu estandarte
Suas ações são como belos tesouros
A paz é fruto de sua sabedoria
Sua palavra vale mais do que ouro
Descomunal é sua força e beleza
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2. |
Antônio Conselheiro
02:41
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Antônio Conselheiro
Andarilho da caatinga
Da peleja e dos sertões
Que vida insana quis levar?
Um monarquista tão sonhador
O que te fez a perambular
Por terras secas desse sertão,
Se tu já eras um homem santo?
Antônio Conselheiro
Andarilho da caatinga
Da peleja e dos sertões
Que vida insana quis levar?
Tanta inveja te sucedeu
Tanta maldade tu suportou
Deus te receba em esplendor
No paraíso com devoção
Conselheiro, Antonio Conselheiro.
A tua sina é o teu perdão
A quem te fere no coração
Conselheiro, Antonio Conselheiro.
Que Deus te guarde, fica o caminho.
Que tu deixaste em oração
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3. |
Arraial de Canudos
03:20
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Mil defeitos têm o homem
O maior é a ingratidão
A inveja e a soberba
Vêm em segunda estação
Quando eu vejo a história
De Canudos em ascensão
Me deparo com a maldade
Sempre perto em comunhão
Pra matar e destruir
Todo bem em construção
Vale tudo, nem direitos
Nem pecados, nem perdão
Mas que crime vergonhoso
Fez a tropa de então
Degolaram todo o povo
Toda a gente em oração
Peço a Deus que não me poupe
De ser homem fanfarrão
Cujo meio de progresso
Seja o de ser ladrão
Não me deixe ter inveja
Nem amor à ilusão
Não me deixe ter maldade
Nem ser cabra lá do cão
Como pode o nosso mundo
Ter sempre revolução
Se o que importa é a vida
A nobreza e gratidão
Que a história de Canudos
Viva sempre em citação
Pra que a gente não repita
A tragédia em prontidão
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4. |
Grota do angico
02:32
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Ali em Poço Redondo
Há um lugar de mistério
Um lugar de muita história
Um lugar de morte certa
Para gente que só fugia
Dos descaminhos da vida
Desesperança e violência
Dor e sacrifício
Ali na grota do angico
Vai pra sempre ser lembrada
O local de sofrimento,
De barbárie e de tragédia,
De tristeza e muito tormento
As almas daquela gente
Ficarão eternamente
Gravadas naquelas placas
Naquelas pedras,
Naquelas cruzes
Naquele solo
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5. |
Jaciporã
03:27
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Morena linda dos olhos brilhantes
Estrela d’Dalva resplandece a pele
Tão maviosa e tão deslumbrante
Macia e clara que a mim impele
Quisera eu poder beijá-la nua
Seu cheiro é forte, doce e me embriaga
Seu corpo é lindo sob a luz da lua
O teu desejo é fogo e não se apaga
Nem Deusa Yara e todo seu encanto
Se iguala à sua linda belezura
Sua voz é como ouvir de perto o canto
Do uirapuru em sua formosura
Quisera eu poder tocá-la nua
Me envolver nos braços perfumados
Sentir o gosto de índia charrua
E o corpo quente e adocicado
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6. |
Lampião
03:19
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Êeeeehhhhhhh, Laaaaaaaaaapião,
Virgulino, Virgulino, Virgulino Lampião
Cabra macho do agreste,
Capitão do meu sertão
Comigo ninguém se mete
Meu facão é meu punhal
Mato, sangro, pinto o sete
Virgulino é o maioral
A volante dá trabalho
Mas eu não dou mole não
Sigo em frente, pego e mato,
Não perdôo cabra não
Não tolero covardia
Nem traíra, nem chorão,
A palavra também cria
O homem forte do sertão
Me tornei homem valente
Por causa de traição
Não fujo, mas sigo em frente,
Haja frio ou calorão
Só tenho uma fraqueza
Que me corta o coração
Digo com toda franqueza
É Maria, minha paixão.
Mulher doce e formosa
Não se acha fácil não
Ainda assim bem corajosa
Não se doma fácil não
Se eu cair frente à sorte
Me levanto atirando
Minha honra é meu forte,
Meu orgulho e o meu mando.
Digo a Deus na minha morte
Que os pecados eu assumo
Quando eu vir de novo o norte
Desta vez acerto o rumo
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7. |
Maria Bonita
02:54
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Lá nas bandas de Caiçara
Nasceu uma garotinha
Olhos como deusa Yara
Nome de Mariazinha
Tão pequena e tão formosa
Cheira a flor de limão
Usa saia cor-de-rosa
Colar de manjericão
Maria Bonita sorri com afeição,
Os anjos te saúdam,
Te cuidam com atenção
Maria Bonita é doce de mamão,
Tão frágil e pequetita,
Anda de pé no chão
Virgulino, nas andanças,
Sentiu algo em profusão
Era ali que bem estava
Uma jóia do sertão
Foi logo correspondido
Por aquela sedução
Partiu logo bem cedinho
Levando a sua paixão
Moça pura já crescida
Mexe com meu coração
Mulher feita e destemida
Traçou forte o seu torrão
Já se nota firma passo
Não baixa a cabeça não
Bem brejeira, é só no laço,
Se conquista com emoção
Maria Bonita, como ela só,
O agreste te define,
Teu corpo é uma canção
Maria Bonita, bonita como o sol,
Que abrasa a terra seca
E junto o meu coração
Maria Bonita, bonita como o amor,
Cheirosa e macia, toda cheia de cor,
Maria Bonita, a rosa é sua flor,
Que alegra a sua face,
Me traz muito calor
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8. |
No sertão do Cariri
02:23
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Aqui...
No sertão do Cariri
Eu vi... Eu vi... Eu vi...
Eu vou contar só um pedacinho do que eu vi
Peregrinando Vi o Padim aqui e ali
O monarquista saudoso de Belo Monte
Vi Lampião vindo feroz eu me escondi
O vi chegando com o seu bando no horizonte
A terra seca de um modo que nunca vi
Sob o fogo da caatinga e da maldade
Os coroné ditando a lei, nunca segui
Não se importando se alguém sente saudade
Aqui...
No sertão do Cariri
Eu vi... Eu vi... Eu vi...
Eu vou contar mais um pouquinho do que eu vi
Vi Jararaca cair morto em Mossoró
Vi o massacre de canudos, tudo vi!
Vi muito choro de criança de dar dó
Pedindo água, pão e vida, sim, eu vi
Eu vi o gado morrer magro no sertão,
Vi muita guerra, falsidade e chororô
Vi o coiteiro entregando o capitão
Bartolomeu se enrolando com dotô
Aqui...
No sertão do Cariri
Eu vi... Eu vi... Eu vi...
Eu vou contar mais um restinho do que eu vi
Eu também vi anjos de ronda em prontidão
Matando sede, fome e curando, eu vi
Reconfortando e cuidanw do dos irmãos
Foi Deus que fez esse milagre, assim eu vi
Por essas e outras que eu mantenho assim o porte
Muitas histórias belas se passaram aqui
Nem que se acabe o mundo aqui ou lá no norte
Eu não arredo o pé daqui do Cariri
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9. |
Padre Cícero
03:32
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A bênção, meu padrinho!
A bênção, meu tutor
Sigo em vosso bom caminho
Mãos em prece e em louvor
Vossa palavra é sagrada
Peço a vós o seu olhar
A vossa crença nos é dada
Mais a fé no vosso altar
Que Deus em santidade
Possa dar conforto e luz
Vim buscar em piedade
O amor que nos conduz
Meu querido padre, atente!
Vós nos destes sempre a mão
Olhe para essa gente
Com ternura e devoção
Padre Cícero, Padre Cícero
Em memória vou orar
Deus vos dê toda a glória
Vossa paz em nosso lar
Padre Cícero, Padre Cícero,
Vossa benção é poder
Orações e meus presentes
Pra vós vou oferecer
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10. |
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Alma ilustre, santo guerreiro.
A sua fé te fez iluminado
Um grande homem, um cavaleiro.
Em nossa história o índio consagrado
A nossa terra é um sagrado templo
O seu legado é sempre lembrado
Pra sua gente um grande exemplo
Da coragem de um homem honrado
Em teu espírito benfazejo
Fez-se o destino de um povo inteiro
No coração forte nasce o desejo
A tua lança, um destino certeiro.
Teus companheiros te seguem na luz
Da eternidade e de sua história
Lá no cruzeiro brilha a santa cruz
A vos guiar, Sepé, em sua memória.
Co yvy oguereco yara!
Sepé Tiaraju
Ele bradou “Esta terra tem dono”
Teu canto forte mostra quem és tu
Do alto de seu dourado trono
Sepé Tiaraju
Um grande homem nunca morre em vão
Que Deus te guarde lá no paraíso
Fica a saudade e o teu pendão
Nos lembraremos do grande sorriso
E a certeza que cumpriu missão
Sepé! Sepé!
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Pierre Simoes Brasília, Brazil
Robespierre Simões, the stage name Pierre Simões, is a pianist and composer. Born in Divinópolis, MG, he began his musical studies in the Band of the Military College of Belo Horizonte, from 1972 to 1978, playing requinta and tuba. During this period he participated in several high school music festivals, having obtained a third place in 1977. In 1979 he entered the University of Brasilia. ... more
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